Ultimamente, o Brasil, os publicitários, os anunciantes (e seria bom que os cidadãos que sentam em frente à TV só por entretenimento estivessem também...), todo mundo anda de orelha em pé com as mais de 200 propostas no Congresso Nacional e outras em estudos na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária*) para restringir a propaganda de bebidas, remédios, alimentos, refrigerantes, automóveis, produtos para crianças, entre outras.
Sem pensar na confusão burocrática dos Diabos que essas regras vão causar se aprovadas, temos que pensar nas finalidades éticas. Esse ano, 2008, houve o IV Congresso Nacional de Publicidade no Brasil. Pra ter uma idéia da importância do evento, ele só é realizado a cada 20 ou 30 anos, e foi em um desses que a Bíblia dos publicitários, o CONAR**, foi estabelecido.
Pois bem, nesse congresso Comissão de Liberdade de Expressão Comercial escreveu uma carta para a sociedade, intitulada “Liberdade, deixe as asas abertas sobre nós!”. Nessa carta falando em nome dessa profissão no Brasil, nós publicitários reivindicamos estar de acordo com a liberdade de expressão, nossa capacidade de respeitar o consumidor, e formar valores na sociedade. Também batemos o pé contra o desestimulo ao consumo, que afinal é o que forma uma sociedade de liberdade. Em um fórum para a sala de aula eu coloquei minha opinião e a repito aqui:
Vamos fugir do fanatismo. Se a gente for considerar que a borboleta bate as asas aqui e causa um furacão Japão, o melhor seria exterminar as borboletas.
A publicidade não é um bicho papão pronto para devorar as criancinhas. Pelo contrário. É a responsável por países com liberdade de escolhas, acesso a informação e desenvolvimento. E exatamente por que respeita as pessoas com quem se comunica que foi criado o CONAR, com a própria iniciativa de quem trabalha nesse ramo.
Álcool faz mal, e as pessoas estão devidamente informadas. Alimentação desregrada engorda, por isso na porta de entrada de todo McDonalds você encontra um cardápio indicando a quantidade de calorias e valores nutricionais de cada porção servida. Publicidade enganosa prejudica empresas, e nenhum anunciante pretende a própria desmoralização, ou agencias pretendem perder suas contas com esse tipo de atitude. Afinal, os jornalistas estão aí vigiando esse tipo de coisa também.
Os anunciantes e agências estão cumprindo sua parte no acordo. Cortar, restringir, proibir... Já está virando fanatismo.
Pode ser que nem todo mundo concorde. Muitos dos meus colegas são a favor da restrição a propaganda de bebida alcoólica, de maior vigilância com as crianças, e há quem concorde que pela irresponsabilidade em propaganda de uns e outros, a maioria acabe pagando no final. Por sermos um ramo que definitivamente influencia a sociedade, nunca vamos saber ao certo até onde podemos pisar ou não.
O que eu quero dizer, é que você que está lendo, precisa refletir e formar sua opinião. Eu sou a favor da liberdade de divulgação. Você pode não ser. O que é proibido é se comportar como se não fosse um problema seu. É isso aí.
* Para quem não entendeu a relação da ANVISA aí em cima, lá vai uma declaração de finalidade da própria: A finalidade institucional da Agência é promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Além disso, a Agência exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária.
** ANVISA tudo bem eu explicar, se você não faz nem idéia do que seja o CONAR, vá fazer enfermagem. (Esse é objetivo do blog, certo? =D)
Heloísa Barbosa
É isso aí. Não sabe o que é CONAR? Vá fazer enfermagem!
ResponderExcluirOu quem sabe a gente dá uma colher de chá e faz um post explicando que raios é isso!